Borboletas


      Houve um tempo em que era feliz, em que acreditava ne imensa possibilidade de tudo,  nas pessoas. Depois, durante um tempo, deixei de acreditar, sobretudo em mim mesma. Mas sempre gostei de sonhar, de achar que tudo era possível, principalmente aos outros, pois às vezes cansava-me de mim; aí, refugiava-me na música, nos filmes, sobretudo nos filmes, sempre me foram importantes, uma espécie de metáfora, de parábolas de vida que me davam o impulso necessário. O amor e o carinho dos que me rodeavam também foram sempre o alimento necessário à caminhada.  Hoje em dia continuo assim, talvez um pouco mais fraca, talvez um pouco mais forte... Exigo sempre mais do que aquilo que consigo, porque tento repartir-me  mas, ainda assim, falho. A sensação de desilusão, de insatisfação também me caracterizam, por vezes desanimo porque acho que a frieza, a indiferença são cruéis, pois continuo a acreditar, à espera de mais.

Pela segunda vez um susto, um susto maior do que o de há anos, pois agora tenho o meu filho; o pavor e o medo dominaram-me  e estão constantemente presentes, sem mim, sem ele, o que seria das nossas vidas? O Vê-lo de longe, chorar entre a distância que nos separava, sentir a sua ausência magoava mais que tudo, mais do que a indiferença do resto, pois só ele importava. Mais uma vez, sempre presente, sempre infalível, o amor dos meus; com eles sei que estou segura, protegida, amada.

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