MATERnidade




       O desafio foi enorme, pois nunca antes o fora... nem como sonho, nem como projeto. Mas a dada altura acabou por me ocupar a mente, por me encher a alma e num ato de entrega e de amor, maior do que o poderia nessa altura imaginar, aceitei-o. Em boa hora. Gesto de entrega. Gesto de amor ao outro. Depois, num segundo momento, a um OUTRO. Agora, sempre, em primeiro lugar, o OUTRO é, sou eu, define-me, é o meu prolongamento. O meu filho. Depois dele, a esperança de um novo outro surgiu e por algum tempo, pouco, encheu-me a alma... esperança, a felicidade de mais uma pequena vida em mim e de mim. Quem o poderia dizer ou imaginar...eu? Mas que alegria.  Durou pouco. Extinguiu-se. Ficou o vazio; esse permanece. Recordo tudo, até o momento em que me despedi dele, que o deixei partir, sair de mim... Não entendo os que se esvaziam de vida por vontade própria, não entendo. Perde-se algo. Fica um vazio.                                                                            

  Num segundo momento, sem que o pudesse imaginar ou sonhar, perderia ainda mais, pois sem o saber já o havia perdido, se alguma vez o tivera.... Talvez uma ilusão,  engano de quem não sabe ver.



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